segunda-feira, 24 de abril de 2017

Entrevista

Entrevista com meu avô
Arlindo Ferreira     Meu Avô

Um pequeno pedaço de Arlindo

Deveria ter sido discutido o tema que leitor a escola o formou mas como é iletrado foi mudado para como foi a história dele com as letras.

       Arlindo Ferreira da Silva, 80 anos. Tem 8 irmãos por parte de mãe e 20 por parte de pai. Foi à escola com 12 anos pela primeira vez porque era comum as crianças começarem seus estudos apenas com essa idade  e parou com 1 ou 2 anos de escola.
       Não lembra de que seus irmãos foram à escola em razão de ser o caçula e de não ter mesmo perguntado a eles enquanto moravam juntos.

Começou a viver com a avó quando a sua mãe faleceu, ocasião em que teve que sair da escola, já que era distante e tinha que começar fazer algo de rentável. De lá, herdou apenas o conhecimento de saber escrever seu nome, que hoje já não se lembra mais.
       Fazia as roupas das primas como forma de pagamento pela estadia na casa da avó, foi dessa forma que se descobriu alfaiate. Enquanto alfaiate, sua avó e primas ajudaram-no a encontrar um emprego.
       Tentou novamente apreender as letras entre seus vinte e vinte quatro anos de idade. Após uma tentativa de dois anos, não obteve sucesso. A partir desse momento, abandonou completamente a ideia de enfrentar os estudos.
       Meu avô acredita que a vida teria sido melhor se soubesse ler;poderia ter encontrado um emprego melhor e assim ter dado uma vida com mais conforto para os filhos, mas não se arrepende de não ter aprendido.
       Sentiu maior necessidade de saber ler quando precisou arrumar um emprego que desse mais dinheiro quando estava com família completa.
       Trabalhou em um lugar por 31 anos e não pôde crescer no emprego; por não saber ler o que o deixou muito triste.
       Hoje com oitenta anos, não quer aprender a ler, nem recuperar de como escrever o próprio nome, diz que seu tempo de aprender acabou faz muito tempo.

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